sexta-feira, 29 de abril de 2011

“Eu ficaria mais um ano no ar”, diz Edgard Miranda, diretor geral da trama

Para dar vida e colocar na telinha da Record tudo o que Marcílio Moraes imaginou no texto de Ribeirão do Tempo, desde o primeiro momento, Edgard Miranda, diretor geral da trama, foi o responsável para que tudo pudesse sair do papel impecavelmente.
Edgard Miranda afirma que é “cinéfilo de carteirinha” e tem mais de nove mil filmes e séries de TV em casa. Ele conta que quando leu a sinopse da novela lembrou imediatamente de uma série americana chamada Twin Peaks, do famoso diretor de cinema David Lynch. Nas duas havia a mesma ambientação: o suspense de uma trama policial e, ao mesmo tempo, um humor negro, ácido, inteligente.
- Na novela eu tentei retratar toda a atmosfera do David Lynch. Se você reparar, a delegacia da cidade é igualzinha a da série. Até a trilha sonora tem a ver.
Em entrevista ao site oficial de Ribeirão do Tempo, ele contou um pouco sobre como foi gravar a novela todo esse tempo, falou sobre suas expectativas e ainda deu dicas para o final.
Para fazer toda essa atmosfera acontecer foi preciso achar um lugar ideal para construir a cidade cenográfica. Edgard conta que, na novela, foi feita uma coisa inédita que poucas emissoras no Brasil fizeram.
-E nós fomos em um sítio, próximo ao RecNov. E lá nos montamos toda a cidade cenográfica.
Em televisão, o local ideal para gravar as cenas é sempre buscado pela produção. Algo que possa combinar luz, natureza, e privilegiasse a produção. O diretor conta que, para que os cenários fossem iluminados naturalmente, foram criadas clarabóias em todos eles.
Na cidade cenográfica foram montados 5 cenários. O bar Já Era, a entrada da Patrimônio Eterno, o a Agito Colonial, a Loja da Karina e a Praça do Enforcado, com pedra portuguesa e um chafariz que funciona de verdade.
-Além disso, a cidade segue o ciclo do sol. Nós conseguimos gravar de acordo com a luz. Eu pedi pra gente ter um realismo muito grande na cidade. Até o piso foi um paralelepípedo comprado para que a cidade tivesse um toque real. Foi uma cidade que ela não foi a precursora da Record, mas eu nunca vi uma cidade cenográfica tão bem cuidada.
Para ele, foi muito fácil trabalhar com todo o elenco e equipe.
-Eu peguei o que tinha de melhor na empresa, e eu te digo, não teria outro elenco para fazerRibeirão, as pessoas foram tão bem escaladas que elas “eram” os personagens, elas se envolveram muito.
Edgard ressalta que tudo isso só aconteceu por causa do ótimo texto do Marcílio Moraes, com diálogos fortes, cenas muito bem trabalhadas e claro, referenciais altos como o do romancista russo Dostoievski.
-Em minha opinião ele é, disparado, o melhor autor de novelas que nós temos no país. O ator que não consegue falar bem o texto dele é porque não é bom ator. Toda a equipe passa com dez com louvor. A gente colocou um padrão no ar que não era visto na televisão brasileira há muito tempo. Eu ficaria mais um ano no ar!
Edgard não adianta nenhuma novidade sobre os últimos capítulos mas, dá umas boas dicas para quem está ansioso para assistir ao final da trama.
-Se eu contar novidade estraga. Tudo o que vocês estão esperando não vai acontecer. Vão acontecer coisas muito melhores, casamento improváveis, muita ação, perseguição, suspense. O que eu posso falar que é uma novela do Marcílio, então, não aguardem o óbvio.

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